Todos
acharam a ideia muito interessante e rapidamente cresceram as propostas para surpreendermos
a nossa colega. Decidimos não comprar nada, juntámos a imaginação e, em
conjunto, escrevemos uma pequena peça de teatro, onde todos éramos atores. Apesar
de alguns nunca terem feito nada parecido, o mais importante era surpreender a
Leonor.
Todas as tardes juntávamo-nos para escrever. Nunca imaginei que fosse
tão divertido escrever uma peça de teatro a tantas mãos. No princípio tudo
parecia confuso, cada um dava uma ideia. Nos primeiros dias, parecíamos um
vulcão. O Daniel decidiu tomar as primeiras notas, depois cada um deu o seu
contributo e, assim, começou a mais difícil viagem da A Árvore que não quer ficar
parada.
Estávamos
em finais de Julho, era urgente acabarmos a peça de teatro. Alguns amigos iam
de férias e só regressavam em Setembro. Todos gostámos do título, embora longo,
fazia-nos pensar por que razão as árvores não são como as pessoas que podem ir
para ondem querem. Pensámos muito na escolha do título, principalmente, porque
a Leonor não podia ir para onde queria, como a maioria das pessoas.
Se falarmos
de árvores em vez de pessoas, talvez, os adultos ouçam melhor o que queremos
dizer. Nem sempre os mais velhos nos escutam, gostam mais de falar, mas estão
sempre disponíveis para conselhos e ralhetes. Acho que são quase todos assim.
António Vilhena