Quando
olho os meus joelhos, sei que as cicatrizes são as marcas do crescimento. Caí
muitas vezes, mas levantei-me sempre, às vezes a sangrar e as esconder as
lágrimas de tanta dor. Aprendi cedo o quanto era importante continuar. As dores
nunca me fizeram desistir de nada, aprendi com elas a admirar ainda mais as
coisas belas da vida. No princípio esperava que me ajudassem a levantar.
Lembro-me quando aprendi a andar de bicicleta. O meu pai pedia-me que olhasse
para a frente, enquanto me empurrava. Temia ficar sozinho, por isso, pedia-lhe
que me segurasse. Um dia ele disse-me:
- Estás seguro, olha para a frente.
Eu
acreditei e, quando olhei para trás, vi que estava sozinho. Foi nesse momento
que imaginei que podia conquistar o mundo. A minha preocupação foi ensaiar o
travão de mão. Por alguns instantes o meu coração batia desalmadamente e as
pernas pareciam que não chegavam aos pedais. Lembrava-me da frase: “olha para a
frente”. Apesar dos meus cinco anos, recordo-me que tudo começou no jardim da
cidade onde havia uma alameda de plátanos junto ao rio. Foi nesse jardim que
aprendi a andar. Caí muitas vezes antes de conseguir apanhar bola, mas foi,
exatamente, a tentar que me levantei pela primeira vez.
A
minha história não é só minha, os meus amigos dizem que lhes aconteceu o mesmo,
independentemente da idade, do sexo ou do lugar onde se nasceu e viveu. Leonor,
a minha maior amiga, que vivia na minha rua, tinha um problema nos joelhos. Eu
sabia porque a minha mãe contou-me. Quando a Leonor subia as escadas do prédio,
a minha mãe ia sempre ajudá-la enquanto eu ficava a vê-las.
Quando
olho os meus joelhos, sei que as cicatrizes são as marcas do crescimento. Caí
muitas vezes, mas levantei-me sempre, às vezes a sangrar e as esconder as
lágrimas de tanta dor. Aprendi cedo o quanto era importante continuar. As dores
nunca me fizeram desistir de nada, aprendi com elas a admirar ainda mais as
coisas belas da vida. No princípio esperava que me ajudassem a levantar.
Lembro-me quando aprendi a andar de bicicleta. O meu pai pedia-me que olhasse
para a frente, enquanto me empurrava. Temia ficar sozinho, por isso, pedia-lhe
que me segurasse. Um dia ele disse-me:
- Estás seguro, olha para a frente.
Eu
acreditei e, quando olhei para trás, vi que estava sozinho. Foi nesse momento
que imaginei que podia conquistar o mundo. A minha preocupação foi ensaiar o
travão de mão. Por alguns instantes o meu coração batia desalmadamente e as
pernas pareciam que não chegavam aos pedais. Lembrava-me da frase: “olha para a
frente”. Apesar dos meus cinco anos, recordo-me que tudo começou no jardim da
cidade onde havia uma alameda de plátanos junto ao rio. Foi nesse jardim que
aprendi a andar. Caí muitas vezes antes de conseguir apanhar bola, mas foi,
exatamente, a tentar que me levantei pela primeira vez.
A
minha história não é só minha, os meus amigos dizem que lhes aconteceu o mesmo,
independentemente da idade, do sexo ou do lugar onde se nasceu e viveu. Leonor,
a minha maior amiga, que vivia na minha rua, tinha um problema nos joelhos. Eu
sabia porque a minha mãe contou-me. Quando a Leonor subia as escadas do prédio,
a minha mãe ia sempre ajudá-la enquanto eu ficava a vê-las.
António Vilhena